Tuesday, August 31, 2010

De onde vem a dor muscular?

Quem faz exercício ou outra qualquer actividade pode experimentar dois tipos de dor sobretudo se o esforço, tal como já explicámos, não estiver adaptado as suas características morfológicas e à sua condição física. Pode sentir dor durante a execução do exercício ou durante os tempos de recuperação; mas também pode sentir uma dor que só se estabelece algumas horas (24 a 56 horas) após o terminus da actividade e que normalmente é proporcional à intensidade, duração e ao tipo de esforço realizado. No primeiro caso a dor está sobretudo relacionada com os produtos metabólicos finais e costuma desaparecer ainda durante o tempo de esforço. No segundo caso pode ou não estar associada à inflamação das fibras musculares mas estará certamente relacionada com o tipo de contracção muscular feita durante o esforço (MacArdle, 1998). A extensão excessiva do tecido conjuntivo do músculo, sobretudo no caso dos movimentos excêntricos (a contracção excêntrica gera duas vezes mais força que a contracção isométrica, recruta para o efeito um menor número de unidades motoras e gera, por isso, mais stress mecânico), a alteração do mecanismo de entrada e saída de cálcio (o estiramento muscular altera a permeabilidade da membrana celular e rompe as proteínas estruturais das fibras, do tecido conjuntivo e do sarcolema, desequilibrando deste modo a função dos íons de cálcio, e possibilitando a presença de alguns microrganismos que causam inflamação). O organismo para se proteger vai libertar substâncias vasodilatadoras que estimulam as terminações nervosas geradoras de dor. Portanto a dor funciona como um mecanismo de protecção!